segunda-feira, 17 de março de 2014

Escola Base

Justiça concede indenização aos envolvidos no caso Escola Base

O Superior Tribunal de Justiça(STJ), determinou que o SBT indenizasse em R$ 100 mil reais os donos da escola base e o motorista que foram acusados em 1994 de abuso sexual contra crianças de quatro anos de idade. A emissora irá entrar com recurso, pois na sua interpretação, não teve participação direta nos prejuízos aos envolvidos.



O caso ocorreu em 1994 no bairro da Aclimação em São Paulo. Duas mães acusaram os ex donos da Escola Base, Icushiro Shimada e Maria Aparecida Shimada , uma professora, Maria Cristina Franca, e um casal que fazia o transporte das crianças, Saulo e Mara da Costa Nunes, por abuso sexual.



O caso teve grande repercussão nacional, com cobertura sensacionalista por parte da mídia, em que poucos profissionais se deram ao trabalho de apurar com afinco o caso. O delegado Edélcio Lemos encarregado da investigação em ação temerária, convoca a imprensa, dando declarações insidiosas, baseadas em depoimentos de crianças de quatro anos, os jornalistas por sua vez, com cobertura que não dava a mínima chance de defesa aos acusados, inflamou a população. Uma turba enfurecida depredou a escola, causando prejuízos aos proprietários, ameaças de morte foram recorrentes na vida dos envolvidos.

Casa dos acusados  atacada por vândalos





Delegado do caso






O advogado de defesa dos acusados chegou a apresentar a imprensa um laudo, que indicava que uma das crianças apresentava uma dilatação no ânus, provocada por assadura, não por violência sexual. As outras crianças não apresentavam quaisquer sinais de abuso. Nenhum meio de comunicação teve interesse em veicular tal prova, pois o que vendia e dava audiência, era a crucificação pública dos acusados.


O caso foi arquivado por falta de provas, e vinte anos depois, a justiça deu ganho de causa aos inocentes que foram massacrados pela imprensa e sociedade.


A morosidade já conhecida da justiça brasileira suscita uma pergunta: O dinheiro ganho 20(vinte) anos depois, irá reparar toda a injustiça, sofrimento e prejuízo aos acusados?


A imagem e reputação deles foram destruídas pela insensatez na veiculação das notícias sem controle por parte da imprensa na época, nas declarações do delegado que visava uma auto promoção. Todos os inocentes( todos são inocentes até que se prove o contrário), foram vítimas de um esteriótipo que nenhum dinheiro do mundo irá reparar.

Sensacionalismo Exacerbado



O caso fere um dos princípios básicos do jornalismo, a ética profissional. A busca pela matéria, deve ser pautada na veracidade da mesma, na apuração com esmero, visando a credibilidade junto ao leitor. O jornalista deve ser imparcial, ouvindo os dois lados, sabendo dar espaço para acusação e defesa. A mídia busca o imediatismo, sendo sensacionalista, buscando vender a notícia, ao invés de primar pela prestação de serviços, ao qual o jornalismo está pautado em suas bases primordiais.


O caso da Escola Base é uma matéria obrigatória nos cursos de Comunicação Social, deve ser abordada e apresentada como exemplo, de como os futuros jornalistas não devem se portar. Aqueles que almejam uma posição de destaque na profissão devem aprender que caráter, honestidade e credibilidade, é o diferencial na carreira jornalística. O sensacionalismo só serve para empobrecer a profissão tão criticada nos últimos tempos.


Matéria sobre a Escola Base





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