quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O fantasma do apagão ronda o país!

   Onze estados sofreram com o corte parcial de energia na segunda-feira (19). O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) orientou as empresas prestadoras de serviço a cortar temporariamente o fornecimento, devido ao alto consumo e ao risco de uma pane generalizada no país.


   A agência havia divulgado que iria intervir na rede para realizar manutenções de rotina e que poderia haver perda de carga. Hospitais e serviços de transporte público(Metrô) sofreram com os apagões temporários. O Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, recomendou o racionamento por parte dos consumidores, alegando que apesar de haver oferta de energia, a mesma está encarecida. Esses apagões ocorreram exatamente na mesma semana da aprovação do aumento da tarifa de energia, divulgada pela ANEEL ( Agência Nacional de Energia Elétrica). A tarifa será implementada em fevereiro e irá pesar em até 30% nos bolsos dos brasileiros a partir de  março.

   O fato é que o aumento de consumo de energia elétrica( 52 mil MW) registrado na regiões sudeste e centro oeste do país revelam uma demanda acima do normal e que a produção está defasada. O horário de pico foi registrado entre as 14:00 e 16:00 horas, bem diferente da época dos apagões do governo FHC que era entre as 18:00 e 20:00 devido ao alto uso de chuveiro elétrico. Hoje,  o vilão do sistema elétrico é o ar- condicionado, pois com o intenso calor e a mudança do poder de compra do brasileiro, temos um alto número de aparelhos condicionadores de ar ligados ao mesmo tempo.

   O que deixou os especialistas e consumidores alarmados foi o fato que um dia após o apagão que atingiu onze estados e o distrito federal, a ONS importou da Argentina 165 Mega Watts de energia, um percentual pequeno frente ao consumo diário( 75 mil MW). Agora, a pergunta não quer calar, por que a compra? De acordo com a operadora nacional, a importação foi feita para atender a demanda do horário de pico, mas o próprio órgão declarou não haver falta de oferta energética no país. A única resposta que vem a mente é que a agência está operando no limite e está tomando medidas para que não ocorra novos cortes.

   O setor elétrico irá receber R$ 214 bilhões até 2019 para investir na expansão do setor. Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica (PDE 2019) e relatórios da Empresa de Pesquisa Energética(EPE) o Brasil irá expandir nos próximos  anos a matriz energética em 42 MW, sendo dois terços oriundos das hidrelétricas, o restante de fontes alternativas de energia, ao final teremos um acréscimo de 38% da matriz atual. Já estão em fase de construção as usinas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte. Existe 86 projetos de  hidrelétricas em fase de licenciamento ou construção no país. Atualmente o Brasil conta com 972 hidrelétricas, sendo que até 2021 o governo espera colocar em operação 34 usinas, sendo 15 delas na região da Amazônia Legal.

Os investimentos tem que ser contínuos, pois a demanda não para de crescer, somente com a ampliação da matriz energética vamos conseguir espantar o fantasma do apagão!



   

Nenhum comentário:

Postar um comentário